Um relato de desmame gentil e gradual

Hoje vim aqui contar uma novidade: eu e meu filhote desmamamos. Vim deixar aqui no blog meu relato de desmame gentil e gradual pois sei que esse é um assunto que interessa a muitas mulheres e seus filhotes.

Na verdade já faz mais de um mês que isso aconteceu (nossa parece que faz muito mais tempo!). Acho que como foi um processo bastante lento e gradual, nos últimos meses nem parecia que eu ainda amamentava.

Foram 3 anos e 2 meses de amamentação.

O desmame gradual e gentil não foi fácil. Na verdade acho que foi um dos maiores desafios que tive na maternidade pois pelo Joaquim acho que mamaria até os 18 (kkkkkkk  brincadeira)… Por ele estava tudo bom como estava. Então o desmame partiu de mim. Sempre gostei de amamentar e achava que o desmame seria algo natural e espontâneo mas aos poucos fui sentindo uma vontade e necessidade de parar. E percebi que meu filho não estava nessa mesma vibe. Então foi beeeem aos poucos que tudo aconteceu. Num processo bastante lento, repeitando o tempo dele e o meu tempo também.

Acho que no total foram mais de seis meses nesse processo gradual. As mamadas foram diminuindo e diminuindo, tudo com muita conversa, muito carinho, até que ficaram duas mamadas por dia, depois restou só uma. Essa última mamada foi a mais desafiadora e nela ficamos por uns três meses.

Estávamos chegando ao fim de um ciclo. Um ciclo lindo. Um ciclo nosso. Um momento muito especial para ambos.

Até que o grande dia chegou. Me sentia confiante. Senti que era aquele o dia do fim. Do fim porém do início também. O início de um novo ciclo. Pra mim e pra ele.

Ele chorou, eu chorei, nos despedimos. Dormimos abraçadinhos. Os dias seguiram e cada noite se tornava mais natural que o tão amado mamazinho já não estava mais presente. Muitos carinhos. Lágrimas. Abraços. Chamegos. Alentos. Força. Coragem. Afeição. Empatia. Respeito.

Eu me respeitando, pois tinha chegado o meu momento de parar. Eu respeitando ele, o seu tempo e principalmente o apego emocional em algo tão importante pra ele. Ele me respeitando percebendo que chegou o momento do fim pra mim. Ele se respeitando em se permitir chorar e se expressar, sabendo que sempre será acolhido. Estávamos juntos nessa. Desde sempre.

Sinto um amor muito grande no coração quando lembro da nossa história de amamentação. Nosso início difícil. Nossas superações. Juntos. Sempre juntos.

A confiança incrível em alimentar meu filho que se apoderou de mim e eu dela. A confiança do meu filho em mim. A minha confiança nele. Com todas nossas fases vividas de forma intensa e com muita entrega.

Hoje vejo a amamentação como uma dança da vida. Uma dança entre dois seres. Com seus ritmos e fases.

Hoje continuamos nossa dança entre mãe e filho. A amamentação já não faz mais parte, mas entraram novos embalos, novas conexões.

Joaquim ainda faz carinho nos “mamás” todos os dias. Cuida deles. Deita a cabecinha sobre. Com um amor e carinho só dele.

Gratidão filho pela oportunidade de viver essa experiência indescritível.

Na fase final do desmame busquei um grupo de apoio (amo minhas redes de apoio maternas) e fui muito bem acolhida (como sempre). Me senti fortalecida e nutrida pelas mulheres que compartilharam comigo suas histórias de desmame com filhos dessa mesma idade.

Desejo do fundo do meu coração que todas as mães tenham o apoio, acolhimento e informação necessários no início de maternidade pra conseguir estabelecer esse vínculo tão especial que é a amamentação. E que no decorrer desse processo e todas as fases que chegam com o tempo tenham pessoas que a respeitem do lado, que não a pressionem pra um desmame precoce ou sem necessidade (ou vontade) pois isso é fundamental pra uma maternagem plena e saudável. Mãe e filho respeitados e felizes.