Outro dia caminhando encontrei essa pedra que enxerguei o formato de uma lágrima.
Uma lágrima sólida, pesada. Totalmente conectada em como eu estava me sentindo naquele dia, naquele momento. Quando cheguei em casa mostrei pro Joaquim, falei que tinha encontrado no caminho essa pedra, que parecia uma lágrima que caiu no chão e virou uma pedra. Uma pedra em formato de lágrima.
Ele ficou muito curioso e empolgado me perguntando “como assim mamãe?” então contei uma história para ele:
“Era uma vez um choro que estava lá dentro do peito querendo ser chorado mas que não estava conseguindo sair. O choro demorou algum tempo até que conseguiu sair daquele lugar apertado e escuro. Eram lágrimas que precisavam sair para voltar pra natureza, para voltar ao ciclo natural da vida. Para sair daquele corpo. Para se libertar. Esse choro já estava a algum tempo ali guardado, estava denso e já não pertencia mais aquele lugar, então quando a lágrima caiu no chão ela era tão pesada, mas tão pesada que se transformou em uma pedra.”
Bom, ele adorou a historinha e pediu algumas vezes “de novo mamãe, conta de novo!!!” aí eu contava, depois da quarta vez de história ele falou “mamãe posso ficar com essa pedra pra minha coleção?”.
Enfim… choro, lágrimas, precisamos falar com nossos filhos sobre isso. Assim reaprendemos também a lidar com as nossas próprias emoções. Essa historinha um tanto despretensiosa veio bem a calhar. De uma pedra no caminho conseguimos transformar em uma conversa sobre educação emocional, minutos de aprendizado e reflexão pra mim e pra ele.
Educação emocional. Como lidar com as emoções? Como lidar com nosso próprio choro? Como lidar com o choro dos nossos filhos?
Mostrar vulnerabilidade aos nossos filhos ensina também sobre a coragem de ser imperfeito, como bem diz Brené Brown.
