Ufa! Ainda bem que nos dias de hoje já sabemos que colinho e leitinho em livre demanda só faz bem aos nossos bebês.
Fico imaginando o quanto muitas mães e seus bebês já sofreram por ouvir que colo vicia, que não faz bem, que o bebê vai se acostumar mal, que bebês precisam se acostumar a ficar sozinhos no berço, que bebês precisam aprender a ser independentes desde cedo, e por aí vai. A pouquíssimo tempo atrás essas eram algumas das muitas recomendações dadas as novas mães, inclusive por profissionais da área da saúde.
Gerações e gerações de mulheres sofreram com essas crenças e mitos e na maioria das vezes elas estavam cercadas de olhares atentos e reprovadores quando pegavam as suas crias no colo. Pense na situação, você e seu bebê pequenino, ele querendo e necessitando de você, do seu colo materno, do seu calor, você querendo muito proporcionar tudo isso a ele, e um vigia lhe assombrando ao lado ou palavras de reprovação e recomendações dos especialistas de plantão lhe ecoando no ouvido.
E pra fechar com chave de ouro, você em pleno puerpério. Oh céus!
Imagine você ali, vivenciando o puerpério, se sentindo estranha, sensível, vulnerável, sem uma rede de apoio pra lhe ajudar, e muitas vezes totalmente sem forças pra fazer o que o seu instinto materno e a sua intuição pede e grita lá dentro de você. Olha, não deve ter sido fácil estar na pele dessas mulheres. A vontade devia ser de fugir pras colinas, literalmente!
Hoje, depois de ter sido mãe, consigo me colocar no lugar dessas mães, dessas mulheres. E desses bebês também, que hoje estão aqui, assim como eu, como você, que agora na fase adulta muitas vezes estão em busca da cura daquele colo não dado, daquele afago reprimido, daquele sentimento escondido, daquele carinho proibido.
Porém infelizmente essas crenças referentes ao colo não ficaram só lá atrás no passado, ainda hoje elas assombram muitas famílias. Sim, esse mito tão antigo e tão ultrapassado ainda acontece atualmente. Desde que meu filho nasceu participo de muitos grupos maternos e é inacreditável a quantidade de mulheres que ainda sofrem com isso, com pessoas dizendo o quanto de colo e carinho elas devem dar para os SEUS filhos. Parece mentira, mas não é!
Por favor, vamos libertar as mães!
Pedimos e suplicamos por liberdade de escolha. Queremos dar colo. Queremos receber colo.
Queremos e precisamos vivenciar o nosso momento materno da NOSSA melhor maneira. Simples assim. Respeitoso. Digno. Humano. Natural. Visceral.
Agradeço por viver hoje na era da informação disponível, na era da rede de apoio a maternidade consciente e a amamentação, na era do parto humanizado, na era do sling e da exterogestação, na era da criação com apego, pois foi através desses canais que consegui fortalecer as minhas idéias e convicções pra vivenciar a minha própria maternidade, com mais consciência, força, amorosidade e autenticidade.
E pra você como está sendo? Já se sentiu oprimida por dar colo ao SEU filho?
Nossa! Super! Principalmente com a Ísis, minha primogênita! No começo da minha maternidade ouvi toda sorte de conselhos…fiquei doida! E só melhorei quando decidi assumir as rédeas da minha maternidade, ouvir o meu coração, a minha essência e seguir meu próprio caminho! As ilustrações dos seus textos são lindas!
Oi Janine! Nossa é incrível como isso ainda acontece nos dias de hoje né. Que bom que você conseguiu dar a volta por cima e driblar esses pitacos todos. E olha que isso não é tarefa fácil quando estamos em pleno puerpério. Temos que nos blindar muito! Se os palpites alheios já são enormes enquanto estamos gestando, depois então eles só aumentam! Fico muito feliz com a sua contribuição aqui no blog. Um beijo grande!
Em pleno 2020 encontrei este texto e ainda acontece esse tipo de comentário. Pessoas vivem falando que o mundo está um caos, mas o problema mesmo é o colo. Ironia né??