A livre demanda mais liberta do que aprisiona

A livre demanda mais liberta do que aprisiona. Pode parecer contraditório mas não é. Amamentar um bebê em livre demanda é libertador, não só para o bebê mas para a mãe também.
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Hoje em dia muito se fala em livre demanda e algumas pessoas acham que isso pode ser um modismo ou que é coisa das ativistas pró amamentação, enfim, mas não é nada disso! A amamentação em livre demanda serve justamente para que o aleitamento materno flua da melhor maneira possível principalmente naquele início de amamentação que é a parte mais difícil e desafiadora do processo. 
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A livre demanda ajuda no estabelecimento da amamentação que acontece nos primeiros meses de vida do bebê. E é bem nesse período inicial onde acontecem os maiores desafios.
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Por isso principalmente nos primeiros meses a livre demanda é muito importante para que mãe e bebê consigam entrar numa “dança” para juntos encontrarem qual é o ritmo que embala essa dança tão íntima, numa melodia única e que é só deles. 
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Uma coisa que acontece mesmo em mulheres que são adeptas da livre demanda é a de continuar a olhar no relógio, regulando seja o tempo das mamadas ou o espaço entre elas, e por mais que se faça livre demanda essa prática muitas vezes acaba levando a uma certa regulação mental que pode causar angústia, ansiedade e stress.
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E não é isso nós que queremos para esse momento não é mesmo? Nós queremos paz, amor, liberdade, prazer. E sim, nós merecemos! Nós e nossos bebês.
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Porque esse regular e olhar o relógio gera preocupação e desvia a mulher do que realmente importa nesse momento inicial que é se fusionar com seu bebê (e consigo mesma) e se conectar com o ritmo natural do bebê. E cada bebê tem um ritmo próprio.
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Vou dar um exemplo de liberdade da livre demanda: imagina se toda vez que você for comer você tem que esperar um horário marcado chegar, como de duas ou três horas, porque você não pode comer antes disso. Mas você está com muita fome e seu corpo está sinalizando essa necessidade. Seria muito desagradável além de fazer mal pra saúde porque tem dias que você tem mais ou menos apetite, enfim, são N fatores.
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foto de Letícia Valverdes (na foto Anna Gallafrio)

foto de Letícia Valverdes (na foto Anna Gallafrio)

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O que eu como doula pós-parto posso ajudar as mulheres em termos de amamentação é realmente passar informação e perceber como está o emocional dessa mulher. Como está o ambiente em volta dela. O que ela tem escutado diariamente das pessoas mais próximas. O que está acontecendo na casa em que ela vive, quem são as pessoas que estão com ela e que tipo de suporte está recebendo e precisando. Quais são suas angústias, as incertezas que a estão rondando, o que ela precisa falar que não está conseguindo, ou o que está sendo falado pra ela.
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Das questões que precisam de atenção e que estão diretamente relacionadas com possíveis problemas na amamentação:
– o estado emocional da mãe
– o ambiente em que ela se encontra
– a falta de apoio
– a falta de informação
– conselhos e pitacos fundamentados pelo achismo
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Sim, tem a dor, a dor que muitas vezes acontece, e é uma dor muito cruel.
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E claro que existem motivos onde não é possível acontecer a amamentação mas esse não é o foco desse texto. Nesses casos é importante procurar ajuda especializada que podem ajudar de verdade. Além da busca de informação, e hoje em dia com a internet e as redes de apoio ao aleitamento já temos muita informação de qualidade disponível, e isso é maravilhoso! Pois no tempo de nossas mães isso infelizmente não existia.
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Ter acesso a informação é tão mas tão importante porque quando a mulher se informa ela se fortalece e se empodera e esse já é um meio caminho andado para que o sucesso da amamentação aconteça.
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Uma das maiores dúvidas das mulheres é até quando deve ir a livre demanda e conversando com a Franciele Silvano Cardoso que é mãe da Manu, fisioterapeuta e doula, ela diz:
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“Livre demanda enquanto for bom para os dois, mãe e bebê. A partir do sexto mês ou quando acontece a introdução de alimentos não tem mais a necessidade nutricional de livre demanda mas sabemos que é muito mais que isso como a necessidade emocional, a satisfação e a realização plena da fase oral. Que a livre demanda continue enquanto a mãe e bebê quiserem. Se a mãe estiver sentindo prazer e se sentindo bem amamentando mantém a livre demanda. Só que não vai mais ser totalmente livre demanda porque a partir desse momento a mãe começa a ter rotina de trabalho, a ter que sair, a ficar mais tempo afastada, então no tempo que estão juntos: livre demanda. Tanto que a introdução alimentar também varia, nem sempre é com seis meses, tem bebês que vão pedir alimento com 7, 8, 9 meses, tem bebês que com 1 aninho comem pouco e mamam muito.”
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Também existe um grande mito que é muito bom esclarecer que algumas pessoas acham que se for oferecer o leite materno em livre demanda a criança vai ficar mal acostumada, vai dominar, vai fazer a mãe de escrava, etc… Nossa, que pensamentos mais terríveis para se ter de um bebezinho, não é mesmo? E é justamente ao contrário, se desde o início da vida acontece a livre demanda em alimento e afeto a criança vai se sentindo cada vez mais tranquila e segura, mais saciada e nutrida tanto fisicamente como emocionalmente. E isso é liberdade! É confiança! É segurança emocional. Com certeza vai ser uma criança mais autônoma e confiante lá na frente pois a vida foi generosa com ela desde cedo.
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“Através dos cuidados que recebe, o bebê passa a reconhecer os pais como fonte de conforto, tranquilidade e segurança. A partir dessas primeiras experiências o bebê cria memórias emocionais de segurança e tranquilidade e não as esquece mais”, do livro Um Coração Sem Medo
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Então essa entrega de início de vida em relação a amamentação é muito importante. Já escutei relatos de mães que foram orientadas a estabelecer horários rígidos desde o início para amamentar e tiveram problemas sérios inclusive de perda de peso da criança, sem falar em choro e irritabilidade que acontece quando o bebê não está sendo acolhido e amparado de forma saudável. E a fusão mãe bebê acaba ficando bastante prejudicada.
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Tem um relato da Flávia Pereira mãe da Catarina, onde ela conta que conseguiu se libertar de chupeta, perda de peso do bebê e horários rígidos para as mamadas depois de meses com essa prática orientada por um pediatra, ela relata que quando ouviu seu coração, buscou informação, introduziu a livre demanda e se conectou com sua filha tudo mudou, sua filha começou a ganhar peso e a relação delas fluiu de uma maneira inexplicável. E ela ainda acrescenta que:
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“A livre demanda me trouxe uma das melhorar e mais difíceis lições da maternidade, o presente que é ESTAR PRESENTE. Porque controlando tempo e preocupada eu não conseguiria aprender com minha filha a ser com ela, de alma presente no hoje!”
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É libertador sair do relógio, sair da preocupação e da ansiedade que o relógio traz. É libertador porque quando saímos dessa prática rígida vamos de encontro com os ritmos naturais da vida que é uma forma de conexão com a natureza humana. 
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Todo o bebezinho tem um ritmo natural, nós temos um ritmo natural, a natureza é rítmica então é essa conexão que está sendo perdida, e que com a amamentação e a maternagem temos a oportunidade de resgatar. Essa conexão e entrega faz com que a gente acione o nosso poder intuitivo de mulher e de mãe que também está tão perdido em função desse mecanismo que foi imposto inclusive nas mamadas dos nossos filhos.
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Amamentar em livre demanda é uma dança de ritmos e melodias que acontece intimamente entre a mãe e o bebê. 
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Amamentar em livre demanda é perceber o ritmo do bebê. É se perceber também. É se permitir acessar um outro nível de espaço tempo, nunca vivido antes. É a oportunidade de uma experiência única. É entrega e confiança. É saúde. É liberdade.
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PS: eu estava precisando de uma foto de amamentação e fiz um pedido no facebook para as mulheres mães lindas e poderosas da minha rede, eis que muitas fotos maravilhosas surgiram, era pra ser uma foto só parao texto mas não resisti tamanho amor e vou colocar uma foto de cada mulher que me enviou. Gratidão imensa! Vocês são demais!!!!
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Se preparem: a seguir cenas de amor explícito!!!
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foto arquivo pessoal de Amanda Jacques

foto arquivo pessoal de Amanda Jacques

foto arquivo pessoal de Carolina Wartchow

foto arquivo pessoal de Carolina Wartchow

 

foto arquivo pessoal de Cinara Lino Colonetti

foto arquivo pessoal de Cinara Lino Colonetti

 

foto arquivo pessoal de Joyce Scari

foto arquivo pessoal de Joyce Scari

 

foto arquivo pessoal de Lilian Muller

foto arquivo pessoal de Lilian Muller

 

foto arquivo pessoal de Marcia Feldmann Koubik

foto arquivo pessoal de Marcia Feldmann Koubik

 

foto arquivo pessoal de Maria Alice Manhani Godoy

foto arquivo pessoal de Maria Alice Manhani Godoy

 

foto arquivo pessoal de Nara Rodrigues

foto arquivo pessoal de Nara Rodrigues

 

foto arquivo pessoal de Stephany

foto arquivo pessoal de Stephany

 

foto arquivo pessoal de Tamara Leffa

foto arquivo pessoal de Tamara Leffa

 

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Roberta

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